Professores
debatem sobre “Sociabilidades violentas: bullying no espaço escolar”, durante o
IV Congresso de Ciências Sociais, promovido pelo colegiado do curso, na UNIFAP.
A temática da mesa redonda foi desenvolvida pelos professores Luciano Magnus,
Elke Rocha e Márcia Jardim.
Foto: Prof. Luciano Magnus durante a mesa de debates. |
Durante
a discussão, Luciano Magnus posicionou-se a respeito do assunto levantando
questões como: o cyberbullying, ou seja, as agressões que ocorrem no espaço da
internet, principalmente no uso das ferramentas das redes sociais. Para o
professor de antropologia, no ambiente escolar a atenção deve ser de todos que
integram o seu corpo técnico, visto que as pessoas têm diferentes formas de se
relacionar, dependendo da empatia que cada uma pode causar no outro. E esse
relacionamento, quando não ocorre de forma positiva na infância, pode refletir
de forma negativa no adulto. Para ele, os meios de comunicação também
influenciam os preconceitos, nas formas de vida das pessoas, inclusive, quando
estas agem de forma agressiva.
Para
a professora Elke Rocha, o vernáculo bullying por si só já causa estranheza nas
pessoas, pois ele não tem uma palavra que traduza para o português de maneira
satisfatória. Para a Doutora Márcia Jardim Rodrigues, inicialmente, tudo era
visto como “brincadeiras pueris”, gozações normais e inofensivas entre as
crianças. Para ela, o termo em inglês não passa de um estrangeirismo ou
modismo, e que deveríamos falar agressão, para substituí-la.
O
bullying pode levar a vítima à depressão, causar a evasão escolar, provocar o
seu isolamento, estresse, até graves problemas patológicos, como fobia e
síndrome do pânico. Por outro lado, também deve-se levar em consideração os
agressores, que normalmente são pessoas frágeis, que respondem às suas
dificuldades psicológicas agredindo ao outro, teoricamente mais vulnerável,
para se sentir, assim, forte e esquecer que sofre ou sofreu algum tipo de
preconceito.
Márcia
Jardim ainda falou do mau uso do termo, hoje já se fala em bullying racial,
quando na verdade o termo correto é preconceito racial ou racismo. Isto vem do
fato que alguns não querem admitir que são preconceituosos ou racistas. Admitem
que há racismo no Brasil, mas nunca se dizem praticamente, sempre apontam o
outro como causador.
Nesse
sentido, para ela, as “piadinhas” funcionam como consentimento do preconceito,
pois a partir do momento que uma pessoa ri de uma piada ofensiva, está
compactuando com a agressão. Ao final da mesa de debate, a plateia pode fazer
perguntas e ajudar no enriquecimento do evento.
Por Érica Favacho - Texto e Fotos